quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

BARDANA



BARDANA




Bardana
Arctii lappae em Latim
Gobo em Japonês
Bardana e lampazo em Espanhol
Bardane em Francês
Bardana maggiore e lappola em Italiano
Burdock em Inglês
Große klette em Alemão
bardana é uma planta fabulosa, de infinitas qualidades nutricionais e terapêuticas, empregada como um delicioso alimento e, também, utilizada como um excelente medicamento para várias moléstias.

Todas as partes da planta são úteis e eficazes, principalmente quando utilizadas frescas. As raízes e as folhas tenras podem ser utilizadas como alimento. Na Europa as folhas e brotos novos são consumidos como verdura.

Apesar de saborosa, seu consumo é pouco difundido no Brasil, mas é muito utilizada pelos japoneses, o povo que mais a consome, e, também, por adeptos da alimentação macrobiótica, integral, natural e antroposófica.

No Japão, onde é conhecida por "gobô" e cultivada para a alimentação em duas variedades (com talo verde e arroxeado), costuma ser cozida junto a outros vegetais. No "kinpira", uma receita popular nas marmitas dos trabalhadores, fatias de bardana e cenoura são fritas rapidamente e depois cozidas com açúcar e molho de soja e salpicadas com sementes de gergelim.

A planta

Da mesma família da margarida - Asteraceae (ex-Compositae), a bardana (gênero Arctium, espécie Arctium lappa) é originária das regiões temperadas da Europa, sendo muito comum em Portugal, França e Itália. Na América do Sul, nasce espontaneamente até a Argentina e está bem aclimatada no Brasil.Tudo indica que o Japão foi o primeiro país a cultivá-la para o consumo mais intenso.

Cresce ao longo de estradas e em terrenos em que abundem substâncias orgânicas nitrogenadas, como esterco ou restos de animais. Também é popularmente conhecida como erva-dos-tinhosos, pegamassa, carrapicho-de-carneiro e carrapicho-grande.

É uma planta herbácea silvestre bienal, de fácil cultivo, capaz de se desenvolver em ambientes úmidos e sombreados, atingindo até mais de 80cm de diâmetro. Possui um caule robusto e canelado que pode chegar a 1,5m de altura .

Suas folhas caracterizam-se pelo tamanho (grandes), podendo alcançar 40 cm de comprimento. Apresentam formato oval ou
lanceolado (as superiores) e são presas ao caule por pecíolos¹. A colheita de suas folhas deve ser efetuada logo antes da floração.

Suas flores, rosadas ou púrpuras, são pequenas, vivazes e brilhantes. Reúnem-se em cachos que formam o fruto, uma bola de 2 a 3 cm, cheia de falsos espinhos, que aderem à roupa, aos pelos dos animais ou a qualquer superfície com ranhuras. Seu próprio nome científico vem do grego arktos = veludo e lappa = agarrar, uma alusão à sua capacidade de aderência de seus frutos. Durante a Idade Média, os jovens campesinos enamorados tinham costume de colocar nos cabelos de suas namoradas as flores da bardana, pois se prendiam muito bem e são de uma cor rosa muito bonita. A floração ocorre no verão, sendo que suas flores (e os frutos também) são formadas após o segundo ano do
cultivo.

Seus frutos (
aquênios²), castanho-avermelhados quando secos, possuem formato arredondado e "espinhudo" com cerca de 7 mm de largura. Têm sabor picante, amargo e refrescante

Suas sementes possuem sabor adocicado, são amarronzadas, lisas, pequenas e envoltas por uns pelos que provocam urticária quando em contato com a pele. Por isso, ao retirar as sementes, recomenda-se todo o cuidado para os pelos não entrarem em contato com a pele.

Sua raiz é carnuda, fusiforme (em forma de fuso), longa, delgada e profunda, chegando a quase 1,2 m de comprimento e com cerca de 2 a 3 centímetros de diâmetro. São brancas internamente e pardas externamente. Inodora, tem textura crocante e sabor amargo, adocicado e frio. Preferencialmente, devem ser coletadas antes da floração, pois as raízes maduras apresentam suas propriedades terapêuticas reduzidas com o passar do tempo.

Cultivo

Sua reprodução se dá através de sementes, plantadas de preferência na primavera e no outono.

Desenvolve-se melhor em temperaturas que variam de 16 a 22ºC e em solos areno-argilosos, bem profundos, férteis e com boa drenagem para permitir o aprofundamento de suas raízes,

A planta é propagada em monturos, caminhos, fundos dos montes, lugares úmidos, sombrios e onde há restos nitrogenado.

No Brasil, onde pode ser cultivada em praticamente todo o país e durante todo o ano, tem um crescimento vigoroso, sendo considerada uma espécie daninha em pomares e terrenos baldios na região Sul.

Por aqui, além da Arctium lappa, também existe a espécie Arctium minus Bernh., planta de menor porte, com a designação de bardana-menor, bardana comum ou bardana ordinária, com propriedades idênticas. Ambas as espécies vegetam subespontaneamente e florescem no verão.

O cultivo da bardana pode ser uma alternativa para pequenos produtores, que procuram diversificar a produção. É indicada ao cultivo consorciado com outras plantas tais como o funcho e a cenoura.

Na culinária

Suas raízes e as folhas tenras são cozidas e utilizadas como alimento. No Japão é mais utilizada que a própria cenoura na culinária do dia-a-dia. Podemos preparar tempurás, sopas, refogá-la apenas em óleo de soja, cozinhá-la junto com arroz, colocá-la em refogados de carne, etc.

As folhas frescas pequenas (sem o talo pois eles amargam) podem ser utilizadas como a acelga.

As raízes frescas têm um sabor delicado e admitem muitas preparações. As potencialidades da raiz da bardana estão concentradas na casca, tanto que a sabedoria popular afirma que ela não deve ser retirada, para que não sejam perdidas suas propriedades. Para usá-la, é preciso remover bem a terra, escovando-a, mas não descascando-a. Durante o cozimento, a coloração escurece, o que é normal, em razão do ácido tânico, uma substância sem sabor e inofensiva ao organismo. Para evitar esse escurecimento, é só deixar a raiz de molho em água com algumas gotas de vinagre ou limão.

Onde comprar
Pode ser encontrada em lojas de produtos japoneses, em supermercados mais sofisticados e até em boas feiras-livres.

Como Conservar
A raiz fresca pode ser conservada por mais tempo na geladeira, envolta em papel absorvente e dentro de um saco plástico.

Para secagem, deve-se lavar as raízes, e deixá-las a sombra em local com boa ventilação (temperatura máxima de 35ºC.). Este mesmo processo pode ser aplicado às suas folhas. As raízes secas devem ser guardadas em sacos de pano bem limpos e as folhas em recipientes de vidro, bem fechados, sempre ao abrigo da umidade. Em alguns lugares, costuma-se mergulhar as raízes em água fervente antes da secagem para conservar um elevado teor em substâncias ativas.,

Propriedades Nutricionais

Usada como alimento, a bardana é altamente nutritiva e estimulante do sistema nervoso e imunológico, eliminando, também, o ácido úrico. Fornece proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitamina A, B1, riboflavina, niacina e vitamina C. Assim como todas as raízes, a bardana também é rica fonte de sais minerais.

Valor Calórico: 100 gramas de bardana fornecem 82,4 calorias.




Algumas receitas medicinais com Bardana

Chá, feito com 300 gramas de folha para 1 litro de água, é bastante indicado no tratamento das cólicas hepáticas, enfermidades cardíacas, furúnculos, bronquite, cálculo renal, cálculo biliar e afecções da bexiga, além de funcionar como antídoto para o envenenamento por mercúrio metálico e combater os efeitos de agentes poluentes, como o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono.

Cataplasma da raiz é útil nas contusões, no reumatismo, artrite, micoses, herpes e queda dos cabelos.

Para eliminar aquelas crostas da cabeça do bebê, coloque mais ou menos 30gr. de folha de bardana em um litro de água fervente, tamper e deixe descansar por 15 minutos. Depois de filtrar, aplique sobre o local afetado várias vezes ao dia.


Usos Medicinais
A bardana de uma planta herbácea especial, totalmente atóxica, cujo êxito medicinal data da Antiguidade e nunca foi contestado através dos séculos. Sozinha, ela, praticamente, funciona como uma farmácia inteira. Pode ser empregada até mesmo diariamente por longos períodos.

Possui uma grande capacidade depurativa, ou seja, consegue eliminar toxinas que muitas vezes ficam retidas no sangue e que podem ser a origem de inúmeras doenças: gota, doenças de pele como psoríase, furúnculos e eczemas, reumatismo, males digestivos. Sua principal indicação terapêutica é em doenças crônicas da pele. Isto pode ser explicado pela presença de um princípio antibiótico eficiente sobre as bactérias gram+ tipo estafilococos e estreptococos, sendo muito ativo em afecções do tipo furunculose e acne, aliviando o tormento de muitos adolescentes, além de promover a cicatrização de feridas e ulcerações consideradas rebeldes.

Por sua ação fungicida, é utilizada nos tratamentos de afecções do trato genital e suas propriedades diuréticas e sudoríferas, auxiliam nos processos reumáticos e gotosos, sendo considerada uma boa planta para eliminar o ácido úrico.Em função de sua marcante ação purificadora do sangue, ajuda no tratamento do diabetes atuando como hipoglicemiante, auxilia na normalização da porcentagem de açúcar no sangue, o que reforça sua ação contra a acne. Provoca, ainda, o aumento das secreções biliares e hepáticas. Sua ação estimulante sobre a produção de bílis e seu efeito diurético explicam seu papel como depurativo.

Acredita-se que o consumo da raiz da bardana, também, pode ajudar a melhorar o desempenho sexual.

Na fito-cosmética, tem indicação nos casos de caspas, seborréia e queda de cabelos.
PecíoloParte da folha que une o limbo ao caule. Organizado para sustentar a folha, às vezes se desenvolve em forma laminar e foliácea, como nos filódios das acácias. Voltar

AquênioFruto provido de semente única, solta no interior do pericarpo, e que não se abre depois de maduro. Miúdo, seco e indeiscente, característico da família das compostas, como a dália e a margarida, ocorre sobre a pele dos morangos e no interior dos figos, sob a forma de pequenos grãos. Voltar